Separações, não as há sem doer



Uma separação dói sempre. Não as há sem doer. Pelo menos as que vivi, as que vi, as que li...

Lembro-me de ser pequena, devia ter uns 10 anos, e de ver a Meryl Streep e o Dustin Hoffman no Kramer contra Kramer . Chorei tanto, mas tanto, que não conseguia controlar os soluços, a história ia acontecendo e ​queria o tempo dizer aquela criança que ia doer mas ia acabar por passar...

Muitos anos depois revi o filme, e voltei a chorar compulsivamente, aquela angústia da mãe e do pai, e de como era impossível fazer aquilo sem doer.
Logo na primeira vez, mas também nas restantes, não senti urgência em encontrar responsáveis, era muito evidente como todos sofriam de alguma forma naquela história .

Há dias vi o Marriage Story e, não comparando os filmes mas não ignorando o impossível, quando terminou lembrei-me do Kramer contra Kramer

40 anos depois do primeiro, também este filme tenta não fazer julgamentos e revela o inevitável da dor. A percepção sobre um filme tem necessariamente uma grande dimensão de subjectividade, as nossas identificações, as nossas história​s​, os nossos valores​...estes filmes fazem falta, mesmo quando não são perfeitos, são-no na suficiente medida de nos obrigar a pensar como podemos ser melhores mães, pais e filhos.






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